O rePLANT é um projeto liderado pela empresa de papel The Navigator Company e pela associação ForestWISE que se dedica a investigar e a desenvolver tecnologias para a gestão da floresta e prevenção dos incêndios. Carlos Fonseca, Chief Technology Officer do ForestWISE, revelou ao Expresso SER as principais inovações deste laboratório que já vai no terceiro ano de vida.
Os números do Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas mostram que 36% do território português é ocupado por floresta, sendo o eucalipto (26%), o pinheiro-bravo (22%) e o sobreiro (22%) as espécies que ocupam a maior mancha florestal. No seu conjunto, os espaços silvestres (que incluem floresta, matos, terrenos improdutivos e zonas de águas interiores) abrangem cerca de 70% do país e a gestão de todo este território levanta grandes desafios a nível da prevenção e combate de incêndios, dos riscos de pragas e espécies invasoras, bem como da necessidade de rentabilização do solo.
É para tentar colocar a tecnologia ao serviço da resolução destes e de outros problemas ligados à floresta que há três anos surgiu este projeto, que junta mais de 20 entidades, desde grandes empresas do setor, às universidades e aos laboratórios de inovação. Este consórcio é liderado pela The Navigator Company e pelo ForestWISE que é uma associação sem fins lucrativos, que promove a gestão integrada da floresta e do fogo, e foi com o Chief Technology Officer deste laboratório colaborativo que o Expresso SER fez o balanço dos três anos de atividade deste projeto.
Já investiram 5,6 milhões de euros a apoiar a investigação e inovações nesta área. E que inovações são essas? Foi desenvolvido, por exemplo, um sistema de vigilância da integridade dos ativos da REN e da floresta que consiste na instalação de um conjunto de dispositivos e sensores no terreno que fornecem informação em tempo real. Ou então smartphones que fazem o inventário florestal ou estimam e monitorizam as quantidades de biomassa presentes num determinado espaço florestal.
Carlos Fonseca é doutorado em biologia pela Universidade de Aveiro e é atualmente o Chief Technology Officer do ForestWISE e professor associado convidado no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.