O CoLAB da Floresta e do Fogo organizou o segundo dia da Reunião Geral do Projeto Europeu FIRE-RES, que pretende contribuir para uma Europa mais resiliente aos incêndios rurais extremos, através de ações inovadoras que compreendam o comportamento dos incêndios e o seu impacto na paisagem, na economia local e nas comunidades.
Realizada na manhã de ontem, a visita técnica teve como objetivo observar, in loco, boas práticas de gestão florestal, nomeadamente no Parque Serras do Porto, onde Pedro Marques, Responsável pela Gestão Integrada da Vegetação da Redes Energéticas Nacionais (REN), mencionou a importância da gestão da vegetação nas proximidades da rede elétrica, para reduzir o risco de propagação de incêndios, da monitorização da floresta, para detetar focos de incêndio o mais antecipadamente possível e, ainda, a colaboração com as autoridades para promover a gestão sustentável da floresta. Posteriormente, os participantes conheceram uma área de vinha explorada pela Quinta da Aveleda, na Freguesia de Lagares e Figueira, onde Maria José Moutinho, Técnica de Viticultura da Quinta da Aveleda, falou sobre soluções para aumentar a resiliência da paisagem focadas na bioeconomia e na melhoria do ecossistema que promovem, sempre que plantam uma vinha. A visita terminou no lugar de Fonte Arcada, na propriedade de Cristina Silva, associada da Associação Florestal do Vale do Sousa, que apostou numa gestão ativa com diversas espécies, nomeadamente folhosas para a produção de madeira de qualidade. Esta área destaca-se pela sua biodiversidade numa região dominada por povoamentos de pinheiro-bravo e eucaliptos, muitos dos quais sem gestão ativa com elevado risco de incêndio.
Durante a tarde, o CoLAB ForestWISE promoveu, em colaboração com o Instituto Superior de Agronomia (ISA), o INESC TEC e o Museu Municipal de Penafiel, uma mesa-redonda de cariz regional/local moderada por Carlos Fonseca, CTO do CoLAB ForestWISE, e uma segunda mesa dedicada à escala internacional/nacional moderada por Francisco Castro Rego, Coordenador do Centro de Ecologia Aplicada Professor Baeta Neves (CEABN), do ISA. Das principais temáticas discutidas, destacaram-se os problemas e constrangimentos relacionados com a interligação das políticas de redução do risco e supressão dos incêndios, quer a nível local ou regional, quer a nível europeu, e a necessidade de criar soluções que permitam agilizar os processos. Outro tema referido relacionou-se com a mudança de abordagem na formulação das políticas e incentivos aos proprietários e gestores florestais, salientando a necessidade de transitar para políticas construídas de “baixo para cima” que reforcem a colaboração e as redes de agentes existentes. Além da mesa-redonda, o Museu acolheu, ainda, uma demonstração de sensores para equipamentos de proteção apresentada pelo INESC TEC, parceiro do projeto.